Dólar baixo impede que Brasil exporte mais, avalia empresário

30/12/2005 - 8h12

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio – A taxa de câmbio é o principal fator inibidor da expansão das exportações brasileiras em 2006, acredita José Augusto de Castro, vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). A previsão da entidade é que o crescimento das exportações no próximo ano seja de apenas 2,8% em relação a 2005, que registra até o momento incremento de 23% sobre 2004.

"A taxa de câmbio hoje alcança diretamente os produtos manufaturados porque as commodities e os semi-manufaturados têm cotações internacionais. Como a taxa de câmbio é apenas um fator de rentabilidade, a competitividade do produto é garantida, qualquer que seja essa taxa", explicou.

Castro revelou que a AEB está prevendo, inclusive, queda de 0,4% nas exportações de manufaturados em 2006, em função da taxa de câmbio. "As pequenas e médias empresas, especialmente, vão sentir mais ainda em 2006, a exemplo do que ocorreu em 2005, o efeito da taxa de câmbio", afirmou o especialista.

José Augusto de Castro manifestou que a AEB não consegue enxergar elevação da taxa cambial no próximo ano porque "se o governo elevar a taxa de câmbio, corre o risco de puxar junto a inflação". Conforme analisou o vice-presidente da AEB, o aumento da taxa de câmbio deveria vir acompanhado da queda da taxa de juros, até o limite de 15%.