Mylena Fiori
Enviada especial
Hong Kong (China) – A reunião de cerca de 25 ministros na chamada Green Room durou quatro horas, durante a madrugada, mas terminou sem um único consenso. Segundo o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, estiveram em pauta três assuntos: agricultura, produtos industriais e pacote de ajuda para nações mais pobres.
Segundo Amorim, a União Européia não aceitou se comprometer com uma data para eliminar os subsídios à exportação agrícola. "Não houve conclusão, porque ali tudo se resolve por consenso", resumiu o ministro. As conversas para redução das tarifas de produtos industriais não tiveram nenhuma novidade, segundo Amorim. O ministro afirma que os países apenas reiteraram suas posições.
Também foi discutida a oferta do governo norte-americano de dobrar a ajuda financeira aos países menos desenvolvidos no próximo ano. Hoje (14), o representante de Comércio dos Estados Unidos, Rob Portman, havia acenado com US$ 2,7 bilhões para o fortalecimento do comércio naqueles países. Em troca, pedia que esses Países reduzissem suas tarifas sobre produtos industriais.
A proposta não teve avanço, segundo Amorim. Os países mais pobres teriam demonstrado descontentamento. O ministro considera que novas reuniões deverão tratar desse tema, que pode ser uma das poucas novidades da conferencia de Hong Kong.
A reunião do Green Room terminou há pouco, madrugada do horário local. Após o encontro, Amorim conversou com jornalistas para fazer um relato do encontro. O Green Room costumava ser estabelecido em casos de impasses nas negociações comerciais – os países ricos faziam seus acordos a portas fechadas e depois os comunicavam aos demais membros da OMC. Com o fortalecimento dos países em desenvolvimento, participam das reuniões de 20 a 30 países.
Hoje foi o segundo dia da 6ª Reunião Ministerial Organização Mundial do Comércio (OMC), em Hong Kong – província autônoma da China. O encontro deveria encerrar a Rodada Doha – série de negociações sobre regras comerciais que começou em 2001.