Thaís Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio – Se o ritmo de crescimento das vendas no comércio varejista for mantido, mesmo com variações positivas, dificilmente se alcançarão os patamares de 2004. A avaliação é do técnico da Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Reinaldo Pereira, durante a divulgação, realizada hoje (14), da Pesquisa Mensal do Comércio, do IBGE. Para ele, a base de comparação do ano passado é muito alta.
"O ano de 2004 representou um período de recuperação do setor, quando foi registrado um crescimento acumulado no ano de mais de 9% no volume de vendas. Em 2005, os índices são positivos por causa do crescimento da renda, do controle da inflação e da estabilidade do emprego", afirmou Pereira. De acordo com a pesquisa, este ano o setor acumula alta de 4,82% e, nos últimos 12 meses, elevação de 5,65%.
Na comparação com o mês de setembro, apenas o setor de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo apresentou resultado positivo. A variação foi de 0,38%. Segundo o técnico do IBGE, Reinaldo Pereira, esse resultado está relacionado a fatores como a estabilidade do emprego e a pequena variação da renda média do trabalhador.
As demais atividades registraram as seguintes taxas: queda de 3,21% no setor de tecidos, vestuários e calçados; de 0,44% no setor de móveis e eletrodomésticos; de 2,01% para combustíveis e lubrificantes e de 2,33% em veículos, motos, partes e peças.
Pereira explica que os resultados negativos se devem, em grande parte, ao fato de serem atividades sensíveis ao crédito. "A população está chegando ao seu limite de endividamento. Além disso, a demanda por eletrodomésticos já foi satisfeita e as pessoas estão comprando menos itens desse setor. A queda das vendas de automóveis se deve à alta dos preços", avaliou.