Ivan Richard
Da Agência Brasil
Brasília – Permaneceu estável a avaliação positiva do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos últimos dois meses, enquanto a proporção dos brasileiros que consideram ruim a administração atual aumentou. Também diminuiu a quantidade de entrevistados que têm avaliação positiva sobre o desempenho pessoal do presidente e sua forma de governar o país.
De acordo com a pesquisa do instituto Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), e divulgada nesta quarta-feira (14), chegam a 29% dos entrevistados os que consideram o governo ótimo ou bom, enquanto aqueles que avaliam como ruim ou péssimo representam 32%, e 37% consideram a administração regular.
Foram entrevistadas 2002 pessoas, com mais de 16 anos, em 143 municípios no período de 3 a 7 de dezembro. A pesquisa tem margem de erro de dois pontos percentuais tanto para mais quanto para menos.
Na pesquisa anterior da série Ibope, segundo o instituto, realizada em outubro por encomenda da Rede Globo de TV, 30% avaliavam o governo como ótimo ou bom, e 28% como ruim ou péssimo, enquanto 41% avaliavam o governo como regular.
A confiança no presidente Lula diminuiu no último bimestre, segundo a pesquisa. Em outubro, 46% diziam confiar no presidente e agora, em dezembro, o percentual é de 43%. Já os que não confiam somavam 49% no último levantamento e neste mês são 53% dos entrevistados.
O índice dos brasileiros que aprovavam a maneira de o presidente Lula governar também caiu nos últimos dois meses. Em outubro, 46% da população aprovavam, enquanto 46% a desaprovavam. Este mês, são 42% os que aprovam, e 52% os que têm avaliação inversa.
Para o diretor de Operações da CNI, Marco Antonio Guarita, a avaliação negativa, tanto do presidente como do governo, é reflexo, principalmente, do conhecimento e da avaliação que a população faz da crise política.
Para o consultor Amauri Teixeira, que trabalha para a CNI, nas regiões Norte e Centro-Oeste, onde ocorreu uma queda mais expressiva nos índices de avaliação do governo, a causa pode ter sido também a economia. "Há uma estagnação do agronegócio e uma descontentação (sic) com os juros, câmbio e também a questão da febre aftosa, que afeta fortemente essas regiões", interpretou Teixeira, referindo-se à recente descoberta de focos da doença que afeta principalmente o gado bovino, no sul do Mato Grosso do Sul.