Marinho espera que queda do PIB "sensibilize" Banco Central a reduzir juros

14/12/2005 - 14h58

Isadora Grespan
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Se o governo federal reduzir as duas principais taxas de juros do país, este final de ano, o país poderá crescer até 5% no ano que vem. A avaliação é do ministro do Trabalho, Luiz Marinho. Ele diz esperar que o Comitê de Política Monetária (Copom) baixe hoje (14) a referência básica de juros da economia, a taxa do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic).

"Espero que o resultado do PIB no terceiro trimestre do ano sensibilize o Copom e ajude a acelerar o corte nos juros", afirmou. O ministro se referia à queda de 1,2% registrada no crescimento do Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB) naquele período, em comparação ao período anterior.

Em encontro com jornalistas esta manhã, Marinho afirmou que também aposta na redução da Taxa de Juros a Longo Prazo (TJLP), após a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), a ser realizada amanhã (15).

Se essas expectativas não se confirmarem, Marinho considerou que será um sinal de que o crescimento do PIB em 2006 não deve ultrapassar 3%. Do contrário, acrescentou o ministro, o PIB poderá crescer até 5% em 2006. "Se o Copom mantiver a trajetória de queda da Selic e o CMN reduzir a TJLP, é a sinalização de que podemos crescer entre 4,5% e 5% no ano que vem".

Desde a última reunião do Copom, ocorrida entre os dias 22 e 23 de novembro, a Selic está fixada em 18,5% ao ano. A Taxa de Juros a Longo Prazo, usada nos financiamentos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), está fixada em 9,75%.