Lílian de Macedo
Enviada especial
Bogotá - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (14) que o governo brasileiro está determinado em "trabalhar de maneira incansável para que a integração da América do Sul ocorra". E que o Brasil deve agir de forma mais incisiva nesta integração, porque é o país sul-americano com maior Produto Interno Bruto, território e população. "Queremos dizer ao mundo que quanto mais parceiros tivermos, mais independentes vamos ser e mais acordos faremos", analisou.
Em declaração conjunta à imprensa, ao lado do presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, o presidente pregou, no entanto, o equilíbrio das finanças dos países do continente. "Todos temos que vender e comprar esse equilíbrio", sintetizou. Disse, ainda, que o processo de integração entre os países depende do governante: "A América do Sul vai andar para a frente se elegermos um presidente que não olhe apenas o seu umbigo. Se isto ocorrer, atrasaremos o desenvolvimento de mais uma geração no continente".
Segundo Lula, antes mesmo da chegada à Colômbia ele já havia recebido uma de "três notícias boas". Informou que ontem (13), em reunião com o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, foi tomada a decisão de "devolver o dinheiro de que não precisamos e que o governo anterior tomou como empréstimo". Em referência à antecipação do pagamento de US$ 15,5 bilhões para o Fundo Monetário Internacional, acrescentou que esse dinheiro "seria devolvido só em 2007".
A outra notícia, segundo o presidente, foi recebida ao chegar ao hotel em Bogotá: "Tive a informação de que a guerrilha colombiana está negociando com o governo do país. Soube, também, que o presidente Álvaro Uribe aceitou proposta feita pela França, Suíça e Espanha para negociações entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias Colombianas (Farcs)".
E a terceira, acrescentou Lula, foi a vitória do São Paulo Futebol Clube sobre um time da Arábia Saudita, pelo Campeonato Mundial Interclubes. "A diferença de fuso horário me possibilitou ver a vitória do São Paulo, que apesar de não ser meu time, é o time do meu filho e do meu ministro, Márcio Thomaz Bastos (Justiça)", explicou.