Ibope avalia opinião da população sobre efeitos de eventual saída de Palocci para a economia

14/12/2005 - 17h17

Ivan Richard
Da Agência Brasil

Brasília – Para 39% dos entrevistados pelo instituto Ibope entre os dias 3 e 7 de dezembro, a eventual saída do governo do ministro Antonio Palocci, da Fazenda, não representaria qualquer ameaça à estabilidade da economia brasileira, enquanto, para 33%, "poderia gerar uma desestabilização". O levantamento integra pesquisa do instituto Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), e divulgada nesta quarta-feira (14).

O Ibope perguntou a opinião dos entrevistados sobre os efeitos para a economia de uma "eventual saída" do ministro Antonio Palocci do governo. Dos entrevistados, 28% não souberam responder à questão ou não quiseram opinar. Foram entrevistadas 2002 pessoas, com mais de 16 anos, em 143 municípios. A pesquisa tem margem de erro de dois pontos percentuais mais ou para menos.

A pergunta sobre Palocci foi feita especificamente para a pesquisa de dezembro. A apresentação da pesquisa feita pela CNI destaca também que nas classes mais altas a proporção dos que acreditam em efeitos maléficos da eventual saída de Palocci chega a 50%. Ainda segundo o caderno da CNI, a motivação para a pergunta foi a divulgação de notícias sobre o tema.

Também subiu oito pontos percentuais a parcela dos que acreditam que a economia será afetada negativamente pela crise política. Esse era o pensamento de 40% dos entrevistados em setembro, e agora são 48%. Em setembro, eram 24% os que diziam que a economia não seria afetada. Em dezembro, foram 17%.

Dentre os entrevistados que acreditam num efeito negativo para a economia, caiu de 73% para 66% a parcela dos que dizem não estar alterando seus hábitos de consumo em virtude dessa expectativa.

A pesquisa mostrou ainda que a população brasileira está mais otimista em relação à renda e à queda do desemprego no país em relação aos próximos seis meses. Em setembro, 25% da população diziam que a renda pessoal cresceria nos próximos seis mese. Já este mês, 31% dos entrevistados acreditam nessa possibilidade. Em relação à renda geral, a pesquisa Ibope também mostra maior otimismo na opinião dos brasileiros. No último trimestre, 19% dos entrevistados acreditavam que a renda das pessoas em geral cresceria nos próximos seis meses. Em dezembro, 23% confirmam essa expectativa.

Mesmo dentro da margem de erro da pesquisa, que é de dois pontos percentuais tanto para mais quanto para menos, a expectativa em relação à queda de desemprego aumentou de 19%, em setembro, para 21% da população este mês. Os que disseram que o desemprego vai aumentar passou de 53%, no último levantamento, para 52% em dezembro.

Em relação à inflação, também ficou estável a expectativa da população. Para 46% dos entrevistados, ela deve aumentar nos próximos seis meses, segundo a pesquisa. Em setembro, 45% assumiam essa expectativa. Os brasileiros que acham que haverá queda dos preços somam 12%, em dezembro. Há três meses, eram 13% dos entrevistados. Os que afirmaram que o quadro não irá se alterar correspondem a 34% este mês, enquanto 35% concordavam com esse pensamento em setembro.