Brasília, 14/12/2005 (Agência Brasil - ABr) - Em depoimento à Sub-Relatoria de Contratos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, o ex-funcionário da Beta (Brazilian Express Transportes Aéreos), Lincoln Pereira Frade, confirmou que Antônio Augusto Morato e Roberto Kfouri, presidente e diretor do grupo CBT – do qual a Beta faz parte – se encontraram com Carlos Lima Sena, diretor de Operações dos Correios em 2001 e com mais dois diretores da estatal.
Frade informou já ter levado US$ 20 mil a Kfouri em um hotel de Brasília, dinheiro enviado por Morato. "Quando eu perguntei para que era a quantia, o Kfouri disse que eu não me preocupasse, porque isso vem acontecendo há algum tempo e 'é para a gente obter algumas vantagens'", acrescentou.
O ex-funcionário da Beta – que era agente de segurança da empresa – contou que Morato tinha o hábito de gravar as reuniões realizadas no escritório dele. "Morato pedia a gravação e eu era obrigado a ficar até o final das reuniões. Depois, ele pegava a fita comigo e levava para casa", disse. De acordo com Lincoln Frade, foram feitas gravações de reuniões com diretores e clientes da Beta, além das duas ex-esposas. "Nas reuniões gravadas, eles falavam de acerto, de valores".
A Beta presta serviços para a rede postal noturna dos Correios e é acusada de superfaturar preços dos contratos, junto com outra empresa aérea, a Skymaster.