EUA oferecem US$ 2,7 bilhões para apoiar países mais pobres, em troca de corte de tarifas

14/12/2005 - 12h52

Mylena Fiori
Enviada especial

Hong Kong (China) – O governo norte-americano ofereceu dobrar a ajuda financeira aos países menos desenvolvidos no próximo ano. O anúncio foi feito hoje (14) pelo representante de Comércio dos Estados Unidos, Rob Portman, durante sessão plenária da 6ª Reunião Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Hong Kong. Segundo ele, está previstos US$ 2,7 bilhões para o fortalecimento do comércio naqueles países.

Com a iniciativa, os norte-americanos tentam destravar as negociações – ou, nas palavras de Portman, "ajudar a fazer da reunião ministerial um sucesso". A ajuda, segundo o próprio representante de comércio norte-americano, só virá se acompanhada de cortes substanciais nas barreiras ao comércio de produtos agrícolas, manufaturados e serviços na atual série de negociações da OMC – a chamada Rodada de Doha.

Portman pediu que os negociadores pressionem a União Européia para cortar as altas tarifas reclamadas pelos países em desenvolvimento. "Qualquer avanço em acesso a mercado para produtos agrícolas será bem-vindo" disse Portman aos delegados dos 149 países presentes à conferência.

Em outubro deste ano, os Estados Unidos apresentaram proposta de redução, em cinco anos, de 53% no seu orçamento dos subsídios. Ainda que considerada insuficiente pelos países em desenvolvimento, a oferta "jogou a bola" para a União Européia. O ministro brasileiro de Relações Exteriores, Celso Amorim, tem reiterado que somente uma boa oferta européia de acesso a mercados poderá fazer com que os Estados Unidos também melhorem sua oferta e, assim, se destrava a rodada.