Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As Forças Armadas precisam de mais recursos, na avaliação dos comandantes do Exército, general Francisco Roberto de Albuquerque; da Marinha, almirante Roberto de Guimarães Carvalho; e da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Luiz Carlos da Silva Bueno. Eles participaram, junto com o vice-presidente e ministro da Defesa, José Alencar, de audiência na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, em que traçaram um panorama da situação das Forças Armadas.
O comandante da Marinha disse que o orçamento é limitado e prejudica, por exemplo, a frota naval. Ele disse que a Marinha desativou nos últimos anos 21 navios e apenas 10 foram incorporados. Segundo o comandante, se nada for feito em 20 anos, os navios poderão ser retirados do serviço ativo. Roberto Guimarães Carvalho reclamou também que faltam armas inteligentes e que a esquadra fica pouco tempo no mar. Ele pediu recursos para construção de um submarino e para restauração de outros cinco.
O general Francisco Roberto de Albuquerque disse que o orçamento está caindo, o que prejudica os trabalhos da força que comanda (Exército). "O homem tem direito a café, almoço e jantar e, isso não está acontecendo", afirmou. De acordo com o general, os homens não têm uniforme completo para sair às ruas. Segundo ele, um fardamento completo tem 227 itens, mas, com o dinheiro que recebe, é possível distribuir apenas 43 desses itens. Saúde e segurança também podem ser afetadas pela falta de dinheiro, afirmou o comandante. "O deterioramento do orçamento vem comprometendo o Exército", afirmou.
Francisco de Albuquerque disse que, para reforçar a fonte de recursos, o Exército quer enviar ao Congresso um projeto de lei que permita à força receber royalties. Ele pediu a ajuda dos parlamentares para resolver os problemas, porque, segundo ele, se demorar, a situação poderá não ter recuperação.
O comandante da Aeronáutica, Luiz Carlos da Silva Bueno, também reclamou dos recursos, que podem, de acordo com ele, acarretar em perda de credibilidade, multa em contratos, atraso nos projetos e não atendimento de todas as necessidades. "Se a gente não tiver capacidade de voar, como força, perderemos a capacidade de existir", destacou.
O ministro José Alencar disse esperar um aumento no Orçamento para a defesa nacional. "As Forças Armadas realizam um trabalho admirável no Brasil. Não podemos deixar de reconhecer", afirmou.