Técnicos já identificaram beneficiários de 200 operações feitas na BM&F, diz sub-relator de CPI

12/12/2005 - 18h20

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Os técnicos das empresas de auditoria contratadas pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios para investigar as transações financeiras feitas por bancos e corretoras com recursos de fundos de pensão já identificaram os beneficiários de 200 operações realizadas na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) e na aquisição de títulos públicos entre 2000 e 2005. Segundo o sub-relator Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), as operações teriam causado prejuízo aos fundos de pensão.

Os dados ainda estão sendo organizados pela equipe de auditoria. Os técnicos estão concentrados nas 50 maiores operações realizadas, informou o deputado. Ele disse que, num desses casos, uma empresa que aparece como beneficiária numa operação com recursos de fundo de pensão também aparece no caso Marcos Valério. O empresário mineiro está sob investigação da CPMI por suspeita de ser um dos operadores de esquema de desvio de dinheiro para partidos políticos. Nesse caso específico, o sub-relator não deixou claro se a operação teria sido realizada na aquisição de título público ou em operação na BM&F.

Até o fim desta semana, Antonio Carlos Magalhães Neto quer ter pronto um perfil de todas as operações realizadas, "de onde pode ter havido irregularidades, como ocorreram, quantos bancos, quantos fundos de investimentos estrangeiros teriam participado dessas operações". Ele também pretende começar a ouvir os depoimentos de representantes de fundos de pensão nesta semana.

O parlamentar informou que os primeiros a ser ouvidos serão os diretores da Prece, fundo de pensão da Companhia Estadual de Água e Esgotos (Cedae) do Rio de Janeiro.