Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobras, está cobrando da direção da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios e do Congresso a responsabilização pelo vazamento de dados sobre os fundos de pensão por parte do sub-relator de Fundos de Pensão da comissão, o deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA).
O fundo divulgou hoje carta enviada no último dia 9 ao senador Delcídio Amaral (PT-MS), e aos presidentes da Câmara, Aldo Rebelo (PcdoB-SP), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). No documento, a direção da Petros também questiona os critérios utilizados por ACM Neto em seu estudo.
O deputado ACM Neto rebateu, hoje, as afirmações. Ele disse que a Petros, como outros fundos de pensão, "serão tratados como investigados". "A CPMI tem seu padrão de investigação. Os fundos de pensão e o Marcos Valério (empresário suspeito de repassar dinheiro para esquemas de caixa 2 de campanhas políticas) estão na mesma posição de investigados", afirmou.
O deputado disse, ainda, que "não se intimidará" com cartas encaminhadas para a comissão parlamentar de inquérito. "Não vou bater boca com quem está sendo investigado. A Petros está sob investigação, ela tem que se colocar no lugar dela. Vou tratar os fundos de pensão com respeito, absoluta transparência, mas, se for necessário enquadrá-los, eu enquadrarei."
Na correspondência encaminhada à CPMI, o fundo de pensão da Petrobrás solicita cópia do relatório, além de informações sobre o critério técnico e a metodologia adotada para a elaboração do documento, e a apuração e responsabilização pelo vazamento de dados sigilosos contidos no relatório.
A direção da Petros também encaminhou cartas aos gestores de fundos exclusivos solicitando informações sobre as operações realizadas na Bolsa de Mercadorias e Futuro (BMF) nos últimos cinco anos. Também foi encaminhado documento a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na qual a Petros solicita a análise de operações citadas na prestação de contas de Antônio Carlos Magalhães Neto.
Na semana passada, ACM Neto divulgou para a imprensa documentos que atestariam a perda de R$ 729 milhões em operações na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) realizadas por 14 fundos de pensão nos últimos cinco anos. Agora, a comissão quer definir as responsabilidades por essas perdas. A Petros e a Funcef, fundo dos funcionários da Caixa Econômica Federal, negam que os prejuízos tenham existido.