Congresso mostra robôs que auxiliam no desenvolvimento de pesquisas na Amazônia

12/12/2005 - 14h38

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Rio – Em meio a uma área de aproximadamente 370 quilômetros quadrados da floresta amazônica, em meio a comunidades que em muitos casos sequer possuem luz elétrica, cinco robôs ajudam na coleta de dados sobre a região, facilitando a tomada de decisões e a análise de dados de um dos mais sofisticados e abrangentes ecossistemas do mundo.

Os robôs integram o Projeto Cognitus (Ferramenta Cognitiva para a Amazônia), uma das três vertentes do Projeto Piatam (Potenciais Impactos e Riscos Ambientais da Indústria do Petróleo e Gás na Amazônia), desenvolvimento em conjunto pela Universidade Federal da Amazônia e pela Petrobras. Os cinco robôs estarão em exposição durante os quatro dias do 1º Congresso Internacional Piatam, que acontece em Manaus de 11 a 15 de dezembro de 2005.

O Projeto Cognitus é coordenado por um geólogo, pesquisador do Centro de Estudos da Petrobras (Cenpes), Fernando Pellon de Miranda, e pelo cientista José Wagner Garcia. Eles se propõem a constituir um novo parâmetro de produção cientifica, reconstruindo os fundamentos gerais dessas atividades, tendo como um de seus principais desafios estudar detalhadamente séries históricas da variação do ciclo hidrológico dos rios Negro e Solimões – que chegam a subir 14 metros entre os períodos de seca e cheia. Além disso, poderão sinalizar os ecossistemas a serem protegidos em caso de acidentes com derramamento de óleo.

Também está em exposição no congresso o Robô Ambiental Híbrido. "Equipado com um conjunto de sistemas mecânicos, elétricos, computacionais e de comunicação, o Robô Ambiental Híbrido será um braço avançado do homem em áreas da Floresta Amazônica, ainda inacessíveis à presença humana", afirma Wagner Garcia. Semelhante a um carrinho de controle remoto, o robô foi testado no Rio Solimões, tendo conseguido atravessar a correnteza e os manguezais, entre outros obstáculos. A previsão é que dez robôs estejam em atividade até 2006.

Adotando uma forma diferente de observação dos processos da natureza, aí entendendo a natureza como um ser pensante e capaz de levar os cientistas a aprendizados os mais variados, o Cognitus reúne bioquímicos, biólogos, físicos, artistas, filósofos, geólogos e engenheiros "em torno de um trabalho transdisciplinar que alcança as interfaces entre ciência, arte e tecnologia", acreditam os responsáveis pelo projeto.