Brasília - A demarcação das terras dos índios Krahô-Kanela, em Tocantins, é o tema da audiência pública que a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado promove a partir das 10 horas. Foram convidados para os debates o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Mércio Pereira Gomes; o cacique Krahô-Kanela Mariano Ribeiro; o advogado dos Krahô-Kanela, Paulo Machado Guimarães; o vice-presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Saulo Feitosa; e a subprocuradora-geral da República Deborah Duprat. A audiência foi solicitada pelo vice-presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS).
No início de outubro, o cacique Mariano afirmou à Agência Brasil que noventa e três dos 306 índios Krahô-Kanela vivem hoje confinados em uma casa de 100 m². O local seria utilizado, no passado, para despejo do lixo hospitalar e da prefeitura. "Nosso povo está sofrendo muito. Mais de 80% dos que vivem na casa estão com uma verminose grave que pode matar. E o governo não oferece nada para nós".
De acordo com a Funai, estudos antropológicos realizados nas terras ocupadas até 1977 pelos Krahô, indicam que a área de 29,3 mil hectares não é identificada como local tradicional do grupo. Caberia assim ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) disponibilizar uma terra para essas comunidades. O grupo começou a reivindicar a retomada das áreas comandadas por dois fazendeiros da região em 1984.