Analistas de mercado reduzem mais uma vez estimativa de crescimento do PIB

12/12/2005 - 9h13

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A soma das riquezas produzidas no país, o chamado Produto Interno Bruto (PIB), deve crescer apenas 2,52%, de acordo com as expectativas de uma centena de analistas de mercado e instituições financeiras consultados pelo Banco Central na última sexta-feira (9).

Com isso, a expectativa de crescimento do PIB deste ano, que era de 2,66% na pesquisa anterior, cai pela sexta semana seguida, embora o boletim Focus mantenha a perspectiva de 3,50% para o PIB do ano que vem. A queda deste ano é resultado do menor crescimento da produção industrial, estimada em 3,51%, na semana passada, e que agora cai para 3,15%.

Esse movimento não altera, porém, a perspectiva de relação entre dívida líquida do setor público e PIB, que deve encerrar 2005 em 51,60%, e eleva ligeiramente de 50,75% para 50,80% a expectativa da relação dívida/PIB para o próximo ano.

A pesquisa do BC aumentou mais uma vez a previsão para o saldo da balança comercial (exportações menos importações), que era de US$ 43 bilhões de dólares na semana passada e agora foi reavaliado para US$ 43,73 bilhões. Mas o saldo de conta corrente, que envolve todas as transações comerciais e financeiras com o exterior, foi mantido em US$ 14 bilhões.

O boletim Focus rebaixou o cálculo anterior de investimento estrangeiro direto no setor produtivo este ano, de US$ 16 bilhões para US% 15,50 bilhões. E a perspectiva para o ano que vem também cai de US$ 15,45 bilhões, na semana anterior, para US$ 15 bilhões.

Isso, em um cenário de mercado no qual o dólar norte-americano encerre este ano cotado a não mais que R$ 2,22 e termine 2006 valendo R$ 2,43. Há expectativa também de que a taxa básica de juros (Selic), hoje de 18,50% ao ano, caia para 18% na reunião que o Comitê de Política Monetária (Copom) fará amanhã. Os analistas estimam que a taxa de juros caia para 15,38% ao longo de 2006.