Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A participação social é um dos destaques da 2ª Conferência Nacional do Meio Ambiente, em Brasília, que começa amanhã (10), em Brasília. Dos 1,5 mil delegados, metade representa movimento sociais e organizações não-governamentais ONGs) . Dos 50% restantes, 30% são representantes do setor empresarial e 20%, do setor governamental.
"Será uma conferência que reflete muito a pluralidade da sociedade brasileira", diz o ministro interino do Meio Ambiente, Claudio Langone. "Estamos animados com a participação da sociedade e com a possibilidade de a conferência se fortalecer cada vez mais como uma grande instrumento de participação social para elaborar política ambiental", completa o coordenador geral do encontro, Pedro Ivo Batista.
De acordo com Batista, a conferência não é um instrumento de governo. "É, acima de tudo, um instrumento do Estado brasileiro, da nação brasileira, e tem que ser apropriado, defendido e apoiado pela sociedade", salienta. "Estamos criando um instrumento, que é uma política de Estado, para fortalecer a organização da sociedade", reforça.
A participação social também foi uma marca das conferências estaduais que antecederam o encontro nacional. Realizadas em outubro e novembro nos 26 estados e no Distrito Federal, as conferências estaduais mobilizaram cerca de 86 mil pessoas, segundo o ministério. No processo de preparação para a primeira edição do encontro, em 2003, estiveram envolvidas 65 mil pessoas.
"O fato de termos conseguido mobilizar, nas conferências estaduais, 20 mil a mais que em 2003, dá mostras de que o governo conseguiu consolidar esse processo de participação", avalia Cláudio Langone. Segundo Pedro Ivo Batista, as 27 conferências estaduais levantaram 3,8 mil propostas, que serão levadas para o encontro nacional.
Na avaliação do ministro interino, Claudio Langone, outro ponto que merece destaque é a descentralização da política ambiental no Brasil. "A conferência é um espaço importante para que a gente possa buscar a identificação dos pontos comuns, o que permite que a construa pactos que tenham efetiva implementação, porque a conferência nacional não é uma conferência que decide só o que o governo federal vai fazer. É uma conferência que decide as prioridades da política ambiental do Brasil, e ela também é implementada pelos estados e municípios", observa Langone.
Colaborou Michèlle Canes