Para relator de CPI, se procurador-geral não manda prender Valério é porque não leu laudo da PF

08/12/2005 - 18h03

Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), criticou a decisão do procurador-geral da República Antônio Fernando de Souza de não acolher a sugestão dele de que se decretasse a prisão do empresário Marcos Valério. "Houve precipitação da parte dele", disse Serraglio. "Ele não deve ter lido o laudo da Polícia Federal."

De acordo com laudo da Polícia Federal, foram impressas 80 mil notas fiscais falsas das empresas DNA e SMP&B, de Marcos Valério. Além disso, o documento indica que houve adulteração de Autorizações de Impressões de Documentos Fiscais (AIDF). O laudo Indica ainda que foram manipulados, falsificados e alterados registros e documentos, além de milhares de operações terem sido omitidas dos registros contábeis.

O presidente da comissão, senador Delcídio Amaral (PT-MS), explicou que o pedido de prisão só poderia ser feito ao Ministério Público Federal depois de ser apreciado pelo plenário da CPI. Afirmou ainda que o procurador só pode responder quando for consultado oficialmente. "O procurador só pode emitir qualquer opinião quando instado oficialmente, quando de posse, inclusive de muitas informações que acredito que o MP não detenha", disse.