Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ex-superintendente do Banco Rural Carlos Godinho afirmou à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios acreditar que os empréstimos obtidos pelo PT e pelo empresário Marcos Valério de Souza na instituição financeira foram feitos para não serem pagos. "Pelo que a gente ouve na mídia, a movimentação astronômica que passou na conta e ninguém cobrou esse empréstimo, isso caracteriza que o empréstimo foi concebido para não ser pago", disse.
Para ele, os empréstimos eram utilizados para ocultar a entrada de recursos. "Se entra um recurso e o empréstimo não é liquidado, o que se conclui: que o empréstimo está lá para mascarar a entrada de recursos". Godinho disse ainda que, entre 2003 e 2004, o banco recebeu grande número de investimentos feitos por fundo de pensão.
Segundo o sub-relator de Movimentações Financeiras, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), o Banco Rural fez um empréstimo ao PT de R$ 2,4 milhões, sendo que o contrato foi renovado dez vezes. Com a Grafite, empresa de Marcos Valério, foi feito outro empréstimo e renovado por cinco vezes no valor de R$ 19 milhões. Já para a SMP&B, também de Marcos Valério, o empréstimo de R$ 10 milhões foi renovado por seis vezes.