Aline Beckestein
Repórter da Agência Brasil
Rio – O primeiro estado do país a elaborar um censo penitenciário detalhado será o Rio de Janeiro. Isso ocorrerá em parceria com o Ministério da Educação. Até o fim de julho, todas as 41 unidades prisionais fluminenses deverão ter concluído o perfil de suas populações carcerárias. Ao todo, o ministério investiu R$ 400 mil no projeto, que também prevê estudos para a formulação de uma proposta pedagógica direcionada às unidades prisionais e a qualificação de professores e diretores dessas escolas.
De acordo com o subsecretário adjunto de Tratamento Penitenciário do Rio, Eduardo Gameleiro, o censo irá coletar informações relativas à educação, cultura e saúde, que servirão para um banco de dados, a ser compartilhado com os demais estados brasileiros. "Vai ser uma experiência piloto, que servirá de base para o censo penitenciário de todo o Brasil", informou.
Segundo Gameleiro, o censo também servirá para fazer um levantamento das habilidades de cada preso, adquiridas ou não na prisão, e que podem ser compartilhadas com os demais detentos. "Vamos descobrir quem são os potencias agentes multiplicadores. Hoje nós temos no Rio presos que dão aulas de informática, por exemplo, para agentes penitenciários. Não podemos desperdiçar o talento dessas pessoas."
Eduardo Gamaleiro participou, hoje, da abertura do 1º Seminário Regional de Educação no Sistema Carcerário. O evento é promovido pela Secretaria de Administração Penitenciária do Rio em parceria com os ministérios da Educação e da Justiça e com a Unesco. O objetivo é estabelecer diretrizes nacionais para a educação no sistema penitenciário.
Para isso, foram escolhidos seis estados brasileiros que irão promover seminários semelhantes, com o objetivo de formular documentos que servirão de base para o projeto.