Cecília Jorge
Repórter da Agência Brasil
Brasília – As empresas brasileiras precisam ampliar sua capacidade produtiva para competir no mercado internacional com concorrentes como os chineses. A avaliação é do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que concedeu entrevista coletiva a emissoras de rádio nesta quarta-feira (7). "Para competir com a China no mercado internacional precisa ter muita, mas muita produtividade e muita qualidade", disse.
Lula afirmou que há setores produtivos, entre eles o da indústria calçadista, que têm tido dificuldade na disputa pelo mercado externo. "O Brasil produz 900 milhões de pares de calçados, é o segundo produtor do mundo. A China produz 9 bilhões de pares de calçados", comparou.
O presidente destacou que o governo tem adotado medidas para garantir condições de competitividade para as empresas brasileiras, entre elas, o reconhecimento da China como economia de mercado. Com esse reconhecimento, explicou Lula, as decisões comerciais da China podem ser questionadas na Organização Mundial do Comércio (OMC). Ele acrescentou que o governo também tem garantido condições para bom desempenho no mercado interno, como o aumento de alíquotas para importação de determinados produtos.
Em relação à política cambial, Lula disse que não haverá mudanças artificiais para provocar a queda da cotação do dólar. "Nós não vamos desvalorizar o dólar, o real por decreto", afirmou. "Nós vamos trabalhar para que ele chegue ao nível desejado, a um nível que possa ter um equilíbrio sem tomar nenhuma medida de inventar uma mágica na questão do dólar".