Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios iniciou um novo processo de investigação depois de constatar a perda de R$ 729 milhões em operações na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) realizadas por 14 fundos de pensão nos últimos cinco anos. Agora, a comissão quer definir as responsabilidades por estas perdas.
O sub-relator de Fundos de Pensão da CPMI, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), apresentou hoje a prestação de contas dos primeiros resultados das investigações e disse considerar prematura a associação destas perdas a eventuais desvios de dinheiro operados pelo empresário Marcos Valério de Souza.
ACM Neto afirmou que alguns fundos de pensão apresentam perdas recorrentes. "Nestas operações sempre de um lado tem um fundo de pensão que perde e do outro uma pessoa (ou empresa) que ganha", comentou. O objetivo, a partir de agora, é identificar a responsabilidade por estas perdas. Ele acrescentou que os técnicos não levaram em consideração perdas pouco expressivas.
As investigações dos fundos estão sob responsabilidade de empresas privadas de auditoria, contratadas pela CPMI, e que trabalham em parceria com técnicos da comissão. Em entrevista coletiva, ACM Neto recusou-se a apresentar qualquer número ou nome envolvidos nas investigações. "Não vou dizer que estas perdas tenham sido causadas por desvio de dinheiro. Pode ter havido má gestão. O que vai confirmar isso são as investigações", afirmou o parlamentar.
Antonio Carlos Magalhães Neto apresentou à CPMI uma relação de nomes para serem convocados pela comissão. Tratam-se de dirigentes de fundos de pensão e de operadoras que realizaram transações financeiras entre os fundos e a BM&F. O parlamentar disse que pretende começar as convocações por dirigentes de fundos de pensão.