BNDES tem R$ 71 milhões para microcrédito

06/12/2005 - 15h24

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio – O programa de microcrédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) apresenta hoje cerca de R$ 71 milhões. A informação foi dada hoje no Encontro Nacional Banco para Todos, pela chefe do Departamento de Economia Solidária do BNDES, Ana Cristina Rodrigues da Costa.

O BNDES assinou hoje uma segunda operação com a Blue Sol, organização da sociedade civil de interesse público (Oscip) de Santa Catarina, no valor R$ 3,5 milhões. A primeira operação foi firmada com a Agência de Fomento do Rio Grande do Sul (Caixa RS), no valor de R$ 10 milhões.

Ana Cristina revelou que outras duas operações no Estado de Santa Catarina já estão aprovadas e deverão ser contratadas nos próximos dias. "Isso já dá para colocar no mercado em torno de R$ 17 milhões" para o microcrédito, disse a chefe do departamento de Economia Solidária do BNDES.

O programa Banco para Todos faz parte do Plano Plurianual de Investimentos do governo federal e é composto por ações de todos os bancos públicos. O BNDES participar com o programa de microcrédito produtivo. O Banco do Brasil participar com o projeto Banco Popular do Brasil e a Caixa Econômica Federal com ações voltadas ao microcrédito e conta simplificada, além da inclusão bancária, comum aos bancos varejistas. O Banco do Nordeste participa com o programa Credi Amigo e o Banco da Amazônia, através do programa de contas simplificadas, inclusão bancária e microcrédito na região.

Ana Cristina informou que "a perspectiva para 2006 é que essa carteira de R$ 71 milhões cresça e se consolide e que o banco atue também no fortalecimento institucional dessas entidades, que são os agentes repassadores, de fato, do microcrédito, para que este chegue ao microempreendedor". O BNDES está negociando com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) recursos para o programa de microcrédito. A idéia, segundo revelou Ana Cristina, é que sejam alocados recursos não reembolsáveis em 2006 de até R$ 200 milhões com o objetivo de atingir cem instituições de microcrédito.

A especialista do BNDES destacou, contudo, que a alocação de recursos para o programa depende da demanda e da capacidade dos tomadores, uma vez que se tratam de instituições de pequeno porte, algumas das quais apresentam fragilidades institucionais, o que contribui, também, para que não seja concedido um empréstimo maior.

O Encontro Nacional Banco para Todos discutiu as perspectivas de futuro para os bancos integrantes do programa e a questão do desenvolvimento institucional do setor. Ana Cristina Rodrigues da Costa disse que a conclusão dos participantes é que "ainda há muito por fazer e que o desafio ainda é grande, tem várias fragilidades a atuar em microcrédito, e todos os bancos estão procurando como fazer para colocar esse recurso na rua".