Lula e Dilma farão "pressão" para que obras de infra-estrutura andem, afirma Furlan

02/12/2005 - 17h33

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, farão "marcação sob pressão" para que as obras de infra-estrutura, principalmente nos portos do país, andem em ritmo mais acelerado. A afirmação do presidente, relatada aos jornalistas pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, foi feita hoje a empresários e investidores de aproximadamente 30 países, que se reuniram em São Paulo com o presidente e ministros para debater investimentos no país.

"Já no início da semana, juntamente com a ministra Dilma, ele (Lula) vai fazer uma marcação sob pressão para fazer com que essas obras caminhem, para evitar que tenhamos, em um futuro próximo, mais dificuldades de escoamento das importações e exportações", afirmou Furlan.

O ministro afirmou também que os empresários questionaram o governo sobre o comportamento que a taxa de juros vai assumir a partir de agora. Em resposta, Furlan disse que há um consenso no governo de que existe uma tendência consistente de queda de juros, principalmente por força dos números da inflação e das metas de superávit primário (a economia que o país faz para o pagamento dos juros da dívida), que foram atingidas.

"Mas a discussão toda que se trava é em torno da velocidade (da queda dos juros). E essa resposta da velocidade, se houver, não foi dada, porque ela faz parte da estratégia", ressaltou.

Um dos empresários presentes no encontro, Jorge Gerdal, presidente do grupo Gerdal, considerou que o país terá de ter uma grande "sensibilidade" para baixar os juros sob risco de afetar a inflação.

"Assim como nós podemos ter errado e eventualmente ter subido demais, também corremos o risco de fazer o contrário. Aquela conquista de ter colocado a inflação nos níveis atuais, o risco de se perder esse patamar é enorme", disse Gerdal.