Recursos são "liberados regularmente", afirma ministro do Desenvolvimento Social

29/11/2005 - 13h55

Cecília Jorge e Michelle Cànes
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias disse que "os recursos previstos foram liberados regularmente, para que pudéssemos cumprir as metas do Bolsa Família e de todos os nossos programas e integram o Fome Zero". A declaração do ministro foi feita durante uma coletiva na Rádio Nacional (Brasília), em conjunto com a Rádio Nacional da Amazônia e a Rádio Nacional (Rio de Janeiro), além de emissoras que compõem a rede nacional de rádio. O ministro do trabalho, Luiz Marinho também estava presente.

A falta de recursos para os programas foi criticada hoje, na última reunião do ano do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea). A conselheira Maria Emília Pacheco citou como exemplo o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que prevê a compra da produção da agricultura familiar. Segundo ela, faltam recursos para o programa.

Maria Emília também reclamou que os recursos que vêem para o programa não tem regularidade, o que atrapalha sua execução. "Continuamos preocupados com os níveis alarmantes de pobreza e insegurança alimentar e insustentabilidade ambiental no país", afirmou. Segundo ela, esse quadro tem sido agravado pelos rumos da política econômica.

O presidente do Consea, Francisco Menezes, também falou sobre a necessidade de ampliar os recursos disponíveis para os programas de segurança alimentar. Menezes disse que é preciso acabar com a "meia verdade" de que não são necessárias mais verbas para os programas, bastando apenas uma gestão eficiente. "É aquela meia verdade que é pior do que a mentira inteira, porque precisamos fazer bem os programas, mas precisamos de recursos para fazê-los", afirmou.

"Vamos continuar insistindo que a política econômica não pode ser empecilho para a política social", acrescentou Menezes. Segundo ele, o orçamento da União para 2006 prevê R$ 18 bilhões para as diversas políticas de segurança alimentar.

Em seu discurso, após o pronunciamento dos dois conselheiros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu as críticas. "A política econômica nunca foi um empecilho para a política social. Vamos deixar isso claro", disse. Formado por representantes do poder público e da sociedade civil, o conselho foi criado para assessorar o presidente na formulação de diretrizes para políticas de combate à fome e para o direito à alimentação. Maria Emília representa no Conselho a Federação de Órgãos para a Assistência Social e Educacional (Fase).