Prefeitura do Rio deve responder até março questões de CPI sobre a gestão de saúde

29/11/2005 - 12h39

Norma Nery
Repórter da Agência Brasil

Rio - A prefeitura do Rio de Janeiro deve responder até março de 2006 às questões levantadas pela Comissão Parlamentar de Inquérito da Saúde da Câmara dos Vereadores. A vereadora Aspásia Camargo (PV-RJ), relatora da CPI, afirma que o prazo foi dado devido ao grande número de cobranças encaminhadas ao município.

Aspásia diz que o relatório aponta problemas de gestão e irregularidades. Faltam, segundo a vereadora, planos estratégicos para diminuir os gastos das unidades hospitalares e melhorar o atendimento à população.

O documento também aponta falhas no processo de municipalização da rede pública de saúde e dívidas com fornecedores que chegaram a R$ 240 milhões em 2004. "Na primeira fase, quando os Postos de Atendimento Médico (PAMs) e as maternidades foram municipalizados, os problemas foram sendo contornados. Mas quando chegamos à segunda etapa foi um desastre porque os hospitais federais são caríssimos, são velhos e estavam perdendo pessoal por conta de aposentadorias. E a vocação desses hospitais não foi redefinida", diz a vereadora.

O documento afirma ainda que a municipalização impediu a devida cobrança de dívidas dos hospitais federais e relaciona os problemas do município com os enfrentados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que tem déficit de R$ 39 bilhões na rede nacional.

Além disso, o relatório condena a concentração dos investimentos no atendimento de emergência, o que sobrecarregou hospitais como o Souza Aguiar e o Miguel Couto. Esses atendimentos poderiam ser feitos, segundo Aspásia, em outros setores, como nas antigas policlínicas.