Marinho diz a sindicalistas que salário mínimo de R$ 400 é incompatível com o orçamento

29/11/2005 - 19h31

Brasília, 29/11/2005 (Agência Brasil - ABr) - Depois de reunião hoje (29) com representantes das centrais sindicais, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, disse que o valor de R$ 400 para o salário mínimo é incompatível com orçamento. "Podemos até ir além dos R$ 321 já definidos, mas o quanto pode subir, é preciso calcular, negociar", afirmou. O ministro se comprometeu a tratar das reivindicações das centrais até o dia 15 e levar, até o dia 20, uma proposta para discussão com o presidente Lula.

O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, informou que as centrais vão recorrer, agora, ao Congresso Nacional, a fim de encaixar o novo mínimo que defendem no Orçamento de 2006. "Vamos apostar todas nossas fichas no Congresso porque é onde achamos que teremos um avanço, afinal é onde se decide o Orçamento", revelou, após a reunião que teve também a presença dos ministros do Planejamento, Paulo Bernardo, e da Casa Civil, Dilma Rousseff. O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, foi representado pelo secretário-executivo Murilo Portugal.

Amanhã (30), as centrais vão se reunir com os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), e também com os líderes, na Câmara e no Senado, do PSDB, PC do B, PFL, PPS e PDT. "Estamos tentando ainda uma reunião com o Mercadante", disse Paulo Pereira da Silva, referindo-se ao líder do PT no Senado, Aluízio Mercadante (PT-SP).

Outros pontos defendidos pelas centrais, como a correção da tabela do Imposto de Renda em 13% e a redução da jornada de trabalho do servidor público para 36 horas semanais, também não tiveram avanço. "Precisamos, no caso do Imposto de Renda, ver como isso impacta no Orçamento, de onde vamos tirar", explicou Marinho. O ministro enfatizou que defenderá, na reunião com o presidente Lula, uma política de valorização do salário mínimo a longo prazo, para que os reajustes não dependam das pessoas que ocupam cargos no governo.

Participaram da reunião representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Central Geral dos Trabalhadores (CGT), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) e Social Democracia Sindical.