Valtemir Rodrigues
Da Voz do Brasil
Brasília – O fim do preconceito começa pela educação. Com esse mote, a 3ª Semana da Consciência Negra do Ministério da Educação (MEC) busca chamar atenção para as políticas públicas de combate ao racismo nos sistemas de ensino e a valorização de personalidades e artistas negros. Além disso, nesta semana, o encontro pretende alertar que o povo negro está fora do sistema educacional.
Segundo o estudo Retrato das Desigualdades - Raça e Gênero, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem), o analfabetismo dos negros maiores de 15 anos atinge a 16,8% deles, enquanto 7,1% dos brancos nessa faixa etária são analfabetos. Outro dado importante, levantado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep), é que o aluno afrodescendente é quem mais abandona a escola e repete o ano escolar.
O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirma ser um desafio reverter esse quadro. "As pesquisas mostram que há um abismo entre os dois brasis (negro e branco) e resta a autoridade pública recompor a unidade dessas duas unidades em um Brasil só", comentou.
"Só reconhecendo o negro com todas suas necessidades é que vamos valorizá-lo", afirmou Maria Marques, uma das ganhadoras do premio Professores do Brasil. Ao lado da professora gaúcha Franquilina, Maria desenvolveu o projeto Bonecas Negras.
A cantora Leci Brandão, uma das convidadas na abertura da semana, disse que a igualdade racial só é possível com um povo consciente, sábio e organizado. "Na sala de aula é que se forma um cidadão, na sala de aula é que muda uma nação", afirmou.
A 3ª Semana da Consciência Negra é organizada pela coordenação do Grupo de Servidores do MEC pela Igualdade Racial e vai até o próximo dia 2 de dezembro. Estão previstas diversas atividades que trazem questões ligadas ao negro e ao trabalho dos gestores de educação do MEC.