Fundação Getúlio Vargas detecta ceticismo de industriais com os negócios no próximo ano

22/11/2005 - 8h31

Daisy Nascimento
Repórter da agência Brasil

Rio - A Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação, divulgada hoje (22) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) revela o ceticismo do empresário do setor com o ambiente de negócios para o ano que vem. Eles manifestaram as piores previsões desde 2002, quando a pesquisa foi iniciada.

Dos 1.015 empresários entrevistados este ano, 13% esperam deterioração do ambiente de negócios em razão da conjuntura micro e macroeconômica, contra os 4% de pessimistas em 2004. A parcela dos que esperam melhora caiu de 67% para 44%, no mesmo período.
Os empresários do setor de material de construção são os que menos acreditam num ambiente de negócios favorável no ano que vem.

A falta de entusiasmo do setor é compartilhada pelos empresários dos setores de bens intermediários, bens de capital e bens de consumo e reflete nas projeções da contratação de mão-de-obra. Os prognósticos para o mercado de trabalho mostram uma redução na expansão de oferta de emprego em 2006, depois de dois anos de franca recuperação.

Em 2003, 35% das indústrias pesquisadas pouco antes do fim do ano previam contratar mais que demitir. Em 2004, esse percentual subiu para 47% e agora o índice caiu para 30%, confirmando a desaceleração na expansão do emprego na indústria. Em contrapartida, a parcela de empresas que pretendem demitir funcionários aumentou de 6%, no ano passado, para 16%, na última pesquisa.