Decisão sobre posse de engenho em Pernambuco é adiada para final do mês

22/11/2005 - 15h38

Márcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil

Recife - Um acordo feito no início desta tarde (22) entre a superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Pernambuco, Maria de Oliveira, e o coordenador estadual do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Jaime Amorim, adiou para o próximo dia 30 a decisão sobre a posse do engenho Pereira Grande, localizado no município de Gameleira, a 90 quilômetros de Recife. O desembargador Hélio Vanderlei também participou da reunião.

Com a medida, o grupo de aproximadamente 300 agricultores sem-terra que ameaçava ocupar a usina Estreliana (do mesmo proprietário do Engenho, no município vizinho de Ribeirão) desistiu do protesto e resolveu aguardar as negociações. A intenção deles era interromper a produção de açúcar e de álcool no local.

Na reunião também ficou acertado que o procurador do Incra, Valdez Farias, entrará esta semana com uma ação no Supremo Tribunal Federal e na 7ª Vara da Justiça Federal em Pernambuco, pedindo a suspensão do recurso que impediu a posse, por parte dos agricultores, do engenho Pereira Grande.

De acordo com a assessoria de imprensa do MST, a área foi desapropriada em 2002 e seria repassada pelo Incra aos trabalhadores rurais na semana passada para o assentamento de 350 famílias. Entretanto, uma liminar concedida pelo desembargador Hélio Vanderlei favoreceu o proprietário com a reintegração de posse da área.