Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília – É possível evitar em mais de 99% a transmissão do vírus da aids da gestante para o bebê, a transmissão vertical, caso o diagnóstico seja rápido e a mãe receba tratamento adequado com medicamentos anti-retrovirais.
Evitar esse contágio de mãe para filho, que pode acontecer na gestação, no parto ou na amamentação, é uma das quatro linhas de ação da campanha Unidos com as Crianças e os Adolescentes. Unidos Vamos Vencer a Aids!, lançada hoje (22). A iniciativa, no Brasil, é uma parceria entre o Programa Nacional de DST e Aids, do Ministério da Saúde, e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
A taxa de transmissão vertical no Brasil é hoje de 7% e é responsável por 88% das infecções pelo vírus entre crianças e adolescentes de até 13 anos. A intenção da campanha é que nenhum bebê nasça com HIV no Brasil até 2008.
Segundo o coordenador do Programa Nacional de DST e Aids, Pedro Chequer "em relação ao HIV, chegar a zero ainda não é factível, mas podemos chegar próximo a zero, a 0,5% ou 0,8%", afirma.
Para alcançar essa meta serão capacitados profissionais de saúde e distribuídos 50 mil testes rápidos de HIV para gestantes. A prioridade dos testes é atender regiões do semi-árido nordestino porque são locais onde as mulheres têm mais dificuldade no acesso ao pré-natal e testes de HIV durante a gravidez. Atualmente 70% das gestantes fazem o teste de aids em todo o país e 63% conhecem o resultado antes do parto.
Eliminar a transmissão de sífilis de mãe para filho também é uma meta a ser alcançada até 2008, segundo Pedro Chequer. "É factível chegar a zero, basta solicitar que se faça o teste e tratar adequadamente a gestante. Depende basicamente da mobilização dos setores de saúde e das organizações não-governamentais de demandar a implementação deste serviço em nível local", garante.
As outras linhas de ação da campanha são realizar nas escolas um programa de prevenção com adolescentes e medidas relacionadas à cooperação entre países Sul-Sul para ampliar o acesso aos medicamentos anti-retrovirais, ao teste rápido do HIV para gestantes e ao treinamento de profissionais de saúde.