Agricultores sem-terra fazem marcha por direito de posse em Pernambuco

22/11/2005 - 10h53

Márcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil

Recife - Cerca de 300 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) realizaram esta manhã (22) uma marcha que partiu do assentamento Antônio Conselheiro, no município de Gameleira, a 90 quilômetros de Recife, até a Usina Estreliana, na cidade de Ribeirão.

Eles aguardam o resultado da reunião que acontece na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para decidir se ocupam ou não a Usina com o objetivo de tentar interromper a produção de açúcar e álcool. Participam do encontro, que não tem hora para terminar, o coordenador do MST, Jaime Amorim, a superintendente do Incra em Pernambuco, Maria de Oliveira, o prefeito de Gameleira, Clóvis Paiva e o desembargador Hélio Vanderlei.

O objetivo da marcha é garantir a posse do engenho Pereira Grande, em Gameleira, pertencente a Gustavo Maranhão, proprietário da usina Estreliana. Segundo a assessoria de imprensa do MST, a área de 1.800 hectares, desapropriada desde 2002, seria repassada pelo Incra aos trabalhadores rurais na semana passada para o assentamento de 350 famílias. Entretanto, uma liminar concedida por Vanderlei favoreceu Maranhão com a reintegração de posse da área.

O prefeito de Gameleira quer que a situação seja resolvida de forma pacífica. Segundo ele, desde ontem, o clima é tenso no local, que está cercado por policiais militares do batalhão de choque. Paiva disse também que é preocupante a paralisação das atividades da Usina em época de safra como agora, uma vez que pode resultar em desemprego, na redução da arrecadação de impostos e em prejuízos para os fornecedores de cana-de-açúcar da região.