Quase metade do orçamento de 2006 pode ser usada para rolagem da dívida

10/11/2005 - 16h47

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O principal gasto público do ano que vem deve continuar sendo o pagamento das dívidas interna e externa. O primeiro relatório prévio do orçamento de 2006 prevê cerca de R$ 835 bilhões para rolagem de parte da dívida pública. O valor é 49,73% de todos os gastos previstos para o ano que vem.

Já as despesas com a Previdência Social, o governo irá gastar 12% de seu orçamento: R$ 202,36 bilhões. Os investimentos nas empresas estatais serão de R$ 41,7 bilhões, cerca de 2,5% de todo o orçamento.

A previsão foi feita hoje, no relatório preliminar divulgado pelo deputado Carlito Merss (PT-SC), relator do processo na Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional. O documento estima a receita e fixa despesas da União.

O valor total da proposta para 2006 é de R$ 1,679 trilhão, com aumento de 2,3% sobre o orçamento deste ano. A arrecadação estimada da Receita Federal do Brasil é de R$ 347,385 bilhões, com acréscimo de 8% sobre 2005.

Se forem considerados todos os gastos da União com dívida, o valor total sobe para R$ 1,106 trilhão. O valor inclui R$ 179,52 bilhões de pagamento de juros e encargos da dívida. Também inclui os R$ 927,08 bilhões com amortização da dívida – uma parte desses gastos é considerada rolagem.