Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A estudante de biologia Amanda Meskauskas, 22 anos, encontrou uma maneira de multiplicar as células-tronco do cordão umbilical para possibilitar que mais pessoas com lesões irreversíveis sejam beneficiadas com os transplantes. A pesquisa rendeu à aluna o primeiro lugar na categoria estudante do ensino superior da 21ª edição do Prêmio Jovem Cientista, divulgada hoje (10) em Brasília.
O trabalho de Meskauskas, que cursa o último ano de biologia, foi desenvolvido no Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, em São Paulo. A jovem cientista explica que o sangue do cordão umbilical é utilizado como alternativa à medula óssea no transplante de células-tronco, para tratamento de doenças hematológicas. Mas a quantidade de células presentes num cordão umbilical só é suficiente para realizar um transplante numa pessoa com até 60 quilos.
"Como só as pessoas com menos de 60 quilos conseguem se beneficiar desse transplante, a nossa equipe teve a iniciativa de pesquisar a capacidade de expansão dessas células em laboratório. E a gente conseguiu, sob condições específicas, num período de sete dias, expandir em até dez vezes o número inicial de células. Então aquela barreira de peso que tinha antigamente deixaria de existir e abre a oportunidade para que uma mesma unidade de cordão umbilical para múltiplos transplantes", explica Meskauskas.
A estudante, que trabalha no hospital Albert Einstein, diz que a próxima etapa da pesquisa será fazer uma série de testes pré-clínicos para avaliar a aplicabilidade da técnica e ter certeza que as células vão reagir bem no corpo dos pacientes. "Ainda temos que fazer alguns testes para garantir que essas células não levem prejuízos para pacientes." A jovem cientista receberá um prêmio de R$ 10 mil.