Estudante de Minas Gerais é premiada por realizar pesquisa sobre doença de Chagas

10/11/2005 - 17h35

Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Mesmo tendo sido descoberta há 96 anos, a doença de Chagas ainda mata a cada ano no Brasil 33 mil pessoas. A alta quantidade de mortes acontece principalmente quando a doença é descoberta tardiamente – o que muitas vezes ocorre por um erro de diagnóstico. Disposta a resolver esse problema, a estudante secundarista Natália Martins, de apenas 16 anos, pesquisou um método mais eficaz do que o empregado atualmente em laboratórios para diagnosticar a doença. Ela foi a vencedora do 21º prêmio Jovem Cientista na categoria estudante de ensino médio.

Bolsista de ensino médio do Centro de Pesquisas René Rechou, em Belo Horizonte (MG), Natália pesquisou um dos anticorpos presentes no Trypanossoma cruzi, protozoário responsável pela doença de Chagas. No anticorpo específico chamado IgG anti-epimastigotas, ela descobriu que apenas 8,8% dos casos estudados deram falsos resultados. A pesquisa partiu do fato de que vários métodos sorológicos utilizados para diagnosticar a doença de Chagas levam a resultados falso-positivos, falto-negativos ou inconclusivos.

"A doença de Chagas é um grande mal que afeta milhões de pessoas no Brasil, na América Latina, e um diagnóstico preciso é essencial", disse ela.

A próxima etapa do trabalho, segundo a estudante, será divulgar os resultados da pesquisa e publicar o artigo sobre o estudo. A jovem cientista cursa o 2º ano do ensino médio na Escola Estadual Olegário Maciel, em Belo Horizonte (MG). A estudante receberá como prêmio um computador e uma impressora.