Alta da inflação medida pelo IPCA foi influenciada pelo setor de transportes

10/11/2005 - 11h21

Daisy Nascimento
Repórter da Agência Brasil

Rio - O setor de Transportes foi o principal responsável pelo aumento de 0,75% na inflação de outubro medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Os números foram divulgados hoje (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O comportamento do setor, que representou um impacto de 65% no índice geral, foi influenciado principalmente pelo reajuste de 4,17% da gasolina. Apesar da liderança da gasolina no ranking dos aumentos, o reflexo do preço do produto no IPCA caiu de 40%, em setembro, para 24% em outubro, o que indica, segundo pesquisadores do IBGE, uma pulverização dos aumentos de preços para outros itens.

O IPCA de outubro também destaca os aumentos nos preços dos salários dos empregados domésticos que ainda refletem o reajuste do salário mínimo de R$ 260,00 para R$ 300,00 em 1º de maio; e os preços do vestuário, que subiram de 0,19% em setembro para 0,72%, em outubro. No caso dos alimentos, o resultado de outubro mostra uma interrupção na trajetória de queda que vinha ocorrendo desde junho. O maior impacto veio da carne bovina que ficou 4,20% mais cara em outubro, contra um aumento de 0,99% em setembro.

Essa variação, de acordo com gerente do Sistema de Índice de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, já reflete os problemas causados pela febre aftosa, e acabou repercutindo no preço do frango, que no mês passado ficou 3,90% mais caro.

Em outubro, a variação mensal do preço da carne foi maior em Recife (6,64%), seguido de São Paulo (5,05%), Rio de Janeiro (3,50%) e Salvador (5,30%). Em relação ao frango, os maiores reajustes no mês foram verificados em São Paulo (5,53%), Curitiba (6,04%), Rio de Janeiro (4,68%) e Salvador (5,39%).