Chuva atrapalha trabalhos de desobstrução da Rio-Santos no litoral sul fluminense

03/11/2005 - 11h13

Daisy Nascimento
Repórter da Agência Brasil

Rio - A chuva que atinge o Rio atrapalha os trabalhos de desobstrução da rodovia Rio-Santos, na altura do quilômetro 446, em Mangaratiba, litoral sul fluminense, onde ocorreu um deslizamento de terra na madrugada de terça-feira (1º). Por causa da queda da barreira a pista ficou interditada durante oito horas. A estrada, que liga o Rio de Janeiro a São Paulo, é a principal via de escape da população de Angra dos Reis, em caso de acidente nuclear.

Funcionários do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) trabalham no local para liberar a estrada. Por enquanto, os motoristas trafegam por um desvio de aproximadamente 600 metros, que foi construído como via alternativa. Na manhã de hoje (3) também foi liberado o acostamento da pista apenas para os carros leves.

De acordo com o coordenador do DNIT, Rodrigo Antônio Correa, à tarde, se não voltar a chover forte, as rochas que obstruem a rodovia deverão ser explodidas. A previsão é retirar cerca de 30 toneladas de rochas e entulhos do local. Ele espera que até sábado a rodovia esteja totalmente liberada ao tráfego. Corrêa admite que, apesar do monitoramento constante na BR-101, a área é de risco, e pode haver novos deslizamentos de terra.

O coordenador explicou que a rodovia Rio-Santos foi construída em terreno rochoso com vários cortes no solo que facilitam o surgimento de infiltrações que provocam o deslocamento das pedras quando ocorre chuva forte. "A Rio-Santos tem 207 quilômetros e, em alguns trechos, há uma concentração muito forte de chuva, que acabam provocando os deslizamentos de terra", disse.

Segundo o coordenador do DNIT, além do quilômetro 446, os funcionários do departamento estão realizando obras de contenção de encostas em nove pontos críticos da rodovia e já conclui obras em outros dez pontos.

Em 1998, uma queda de barreira interrompeu o trânsito na altura de Angra. Em 2000, na mesma região, houve uma avalanche de terra que causou os mesmos transtornos aos motoristas. Corrêa revelou que, de 1998 até agora o DNIT já investiu R$ 7 milhões em obras de contenção e deve gastar mais R$ 3 milhões para desobstruir o trecho afetado na última terça-feira.