Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Representantes das principais centrais sindicais reuniram-se na manhã de hoje (3), na capital, para definir as reivindicações que serão levadas ao Congresso Nacional e ao governo federal, durante a 2ª Marcha Nacional do Salário Mínimo, que acontecerá nos dias 28, 29 e 30.
Os sindicalistas decidiram reivindicar um salário mínimo de R$ 400 e uma correção de 13% nos valores da tabela para retenção de imposto de renda na fonte. Participaram a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Social-Democracia Sindical (SDS) e a Central de Apoio ao Trabalhador (CAT).
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, contou que, além de elevar o salário mínimo para R$ 400, a proposta dos sindicalistas é criar um programa que permita a elevação do mínimo para o que foi considerado como ideal pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio Econômicos (Dieese).
"Estamos falando de chegar, em cinco ou seis anos, a um salário mínimo de R$ 1.500. Isso significaria 7% do que ganha o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal)", disse ele.
De acordo com Paulinho, apenas 10% da população recebe R$ 1.500 de remuneração mensal. "Isso mostra que o salário brasileiro é muito ruim."
Segundo o presidente da CUT, João Antonio Felício, a elevação do salário mínimo tem sido uma das principais lutas que as centrais sindicais têm organizado nos últimos anos, porque a parcela da população abrangida pelo salário mínimo tem menor poder de negociação.
"Os grandes sindicatos têm aumento real de salário devido à sua luta, mas a parcela atingida pelo salário mínimo, especialmente das regiões mais pobres, acaba tendo um achatamento, que foi o que ocorreu ao longo dos anos", afirmou o presidente da CUT. Felício afirmou que a união das centrais sindicais para debater o salário mínimo aumenta as possibilidades de vitória.
Para Felício, o governo terá que encontrar uma alternativa para pagar o salário mínimo de R$ 400. O presidente da CUT afirmou que as centrais sindicais não abdicarão da elevação do salário. Disse que é o papel delas é o de fazer pressão política, independentemente da situação política e econômica do país.
"O papel das centrais sindicais é representar sua base e aquilo que seus sindicatos filiados reivindicam e fazer uma pressão sobre o governo e a sociedade e pautar essa agenda."