Resolução contra o bloqueio a Cuba será votada na assembléia da ONU

01/11/2005 - 13h38

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil

Brasília - No próximo dia 8 a Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) vai submeter à votação uma resolução que pede o fim ao bloqueio comercial e financeiro americano contra Cuba. "Estamos seguros que, mais uma vez, a Assembléia vai aprovar por maioria esta resolução contra o bloqueio", afirma o embaixador de Cuba no Brasil, Pedro Juan Nuñes Mosquera, em entrevista à Rádio Nacional.

A resolução foi apresentada pela primeira vez na Assembléia há 13 anos. Segundo o embaixador, na ocasião teve apenas 59 votos favoráveis. Em 2004, quando foi novamente votada, foi aprovada por 179 votos. "Essa é a resolução que tem mais apoio das que são votadas na Assembléia Geral da ONU".

Pedro Juan explica que as resoluções da Assembléia Geral, ao contrário daquelas do Conselho de Segurança da ONU, não são de cumprimento obrigatório. "As resoluções da Assembléia Geral são recomendações que tem uma força moral muito grande. E é por isso que a comunidade internacional cada vez mais rechaça esse bloqueio a Cuba". Segundo ele, caso aprovada a resolução, os argumento dos Estados Unidos para manter o bloqueio contra o país ficam enfraquecidos.

O bloqueio americano a Cuba dura mais de 45 anos e, segundo o embaixador de Cuba no Brasil, já causou prejuízos de US$ 82 milhões ao povo cubano. Em virtude do bloqueio, entre outras restrições, a nação não pode exportar produtos para os Estados Unidos, nem importar mercadorias do país. Também não pode utilizar dólares nas transações com o exterior, além de não ter acesso aos créditos e nem poder utilizar operações com instituições financeiras multilaterais, regionais e norte-americanas.

O embaixador Pedro Juan aponta outro exemplo das restrições. "Se Cuba faz uma negociação com um país para comprar bens de consumo, material de construção ou alimento, o barco que leva essas mercadorias a Cuba tem que passar seis meses sem poder tocar um porto dos Estados Unidos. Então o custo do frete é muito alto para nós".