Representantes de movimentos sociais de Pernambuco pedem ação contra violência no campo

01/11/2005 - 15h13

Recife, 1/11/2005 (Agência Brasil - ABr) - Representantes de movimentos sociais, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e de instituições ligadas à defesa dos direitos humanos em Pernambuco vão pedir às autoridades federais e estaduais a implementação de medidas urgentes para conter a violência no campo. Eles pretendem debater a situação com o presidente Lula, com o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e com governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos.

Os pedidos oficiais de audiência foram encaminhados hoje (1º) pelo Ministério Público estadual. A subprocuradora do Ministério Público Eleonora Luna disse que a iniciativa foi motivada pelo assassinato, nos últimos dias, de dois trabalhadores rurais em cidades do Agreste pernambucano e também pela denúncia de que outras pessoas estariam recebendo ameaças de morte no estado.

Os dois agricultores mortos, Antônio José dos Santos e Anilton Martins, eram ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e ao Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST). Anilton, que morava no assentamento Baixa Verde, foi assassinado quinta-feira (27), em Itaíba. Segundo o coordenador do MLST no município, Bruno Maranhão, há mais sete pessoas juradas de morte, incluindo quatro parentes de Anilton - a mãe, o irmão, o tio e a prima.

Ele defendeu a criação imediata de uma força-tarefa federal para punir os culpados pelos crimes e evitar novos atos de violência por causa de conflitos agrários em Pernambuco. "Queremos que o presidente Lula determine uma ação rápida, como ocorreu em fevereiro deste ano, no Pará, após o assassinato da missionária americana Dorothy Stang. Acredito que não tem outra solução para resolver o problema, senão uma ação integrada", disse Bruno Maranhão.

No próximo sábado (5), representantes de diversos movimentos sociais que atuam no estado realizam ato público em Itaíba, para pedir paz no campo.