Amorim declara, na ONU, apoio a colaboração síria para investigar assassinato de Hariri

01/11/2005 - 18h59

Adriana Franzin
Da Agência Brasil

Brasília - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, manifestou o apoio do Brasil à resolução 1.636 do Conselho de Segurança das Nações Unidas. O documento, aprovado por unanimidade no Conselho, pede a colaboração das autoridades sírias na investigação do atentado terrorista que matou o ex-primeiro-ministro do Líbano, Rafiq Hariri, no dia 14 de fevereiro, em Beirute.

Em discurso, ontem (31/10), na reunião do Conselho, o ministro avaliou que as determinações da resolução "não pressupõem nem autorizam medidas contra a Síria na ausência de decisão coletiva do Conselho, baseada em cuidadosa avaliação dos fatos". Amorim salientou que as decisões devem conciliar a busca pela Justiça, em relação ao atentado, e pela harmonia, por meio de avanços institucionais e políticos.

Contudo, acrescentou o ministro, "o Brasil não favorecerá decisões apressadas que possam conduzir à escalada indesejável dessa situação ou comprometer ainda mais a estabilidade na região". Segundo ele, o Conselho deve se guiar no sentido do "equilíbrio e do realismo".

Amorim considerou apropriada a proposta de estender até o dia 15 de dezembro o mandato da Comissão Internacional Independente de Investigação. Ele lembrou que o Brasil acolhe uma comunidade de 10 milhões de pessoas de origem síria e libanesa e que o país se absteve na votação da Resolução 1.559, que determinava a retirada das tropas sírias do Líbano, por causa da "possível e indesejável interferência em uma situação interna e delicada".