Érica Santana
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A distribuição de renda e riqueza no Brasil e a construção de uma economia que beneficie a todos deveriam ser os principais objetivos da política econômica do governo federal. Essa foi a principal conclusão dos debates sobre economia da Assembléia Popular, segundo a economista Sandra Quintela, da Rede Jubileu Sul. Realizada em Brasília, esta semana, a assembléia reuniu cerca de 8 mil pessoas.
Outro ponto levantado pelos grupos que discutiram propostas para a criação de uma economia mais independente foi a necessidade de auditar a dívida externa brasileira. "Nesses últimos meses, em que só se falou de corrupção, mensalão e mensalinho, mais de R$ 50 bilhões foram pagos em dívidas púbica. É muito dinheiro, que daria para assentar milhões de famílias sem-terra, para fazer milhares de casas populares", explicou a economista.
"A constatação maior dos trabalhos de grupo é que economia atual está funcionando para poucos e cada vez menos. É uma economia que concentra renda e riqueza e coloca o povo brasileiro fora desse mecanismo de distribuição de renda", disse Sandra.
Segundo Sandra Quintela, a luta contra os projetos econômicos voltados para o agronegócio também estiveram no centro dos debates. "O agronegócio é todo voltado para destruir o meio ambiente e exportar. Exportar para gerar recursos e pagar as dívidas e gerar lucro para as empresas que foram transnacionalizadas. O problema não é atacar aqui e ali. É o modelo econômico que está ruim. Nós precisamos construir uma outra forma de organizar a sustentação material do povo brasileiro", disse.
Sandra acredita que o primeiro passo para a criação dessa economia alternativa é interromper o pagamento da dívida externa brasileira e estimular o crescimento de empresas de auto-gestão e de economia solidária. "Propostas tem muitas, mas propostas no papel não adiantam nada. O que nós temos que fazer é implementar um calendário de lutas no próximo ano para tornar real o que nós estamos reivindicando hoje", disse.