Diretor do MST diz que prisão de Rainha é "criminalização dos movimentos sociais"

28/10/2005 - 17h19

Érica Santana
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A prisão de José Rainha Júnior, um dos líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), segundo o diretor nacional do movimento, João Paulo Rodrigues, mostra que "mais uma vez tanto a elite do Pontal do Paranapanema como os fazendeiros de latifúndios improdutivos continuam criminalizando os movimentos".

Ao participar do encerramento da Assembléia Popular: Mutirão por um Novo Brasil, João Paulo argumentou ainda que a prisão de Rainha e do coordenador estadual do MST, Paulo Albuquerque, e dos líderes Márcio Barreto, Edna Torrioni e Manuel Messias Duda não reflete "uma ação de caráter nacional contra o MST", mas uma decisão localizada. "Parte dos integrantes do MST continuam sendo perseguidos politicamente", disse.

Ele informou que na segunda-feira (31) os advogados do movimento entrarão com pedido de habeas corpus na justiça para que os quatro possam responder ao processo em liberdade.

"A reforma agrária no país não é um problema de polícia ou de prisão de dirigentes do MST, mas de decisão política de parte do governo federal em assentar as famílias acampadas. Portanto, as ocupações continuam em todo país", afirmou o diretor nacional do MST.

Segundo ele, o movimento não invadirá prédios públicos em protesto às prisões por confiar na decisão das instâncias superiores. "Por ora, o MST está confiando na decisão do Poder Judiciário, que vai corrigir esse ato do juiz da cidade de Teodoro Sampaio, que possivelmente deve ter algum laço com os fazendeiros e latifundiários daquela região."

A Assembléia Popular: Mutirão por um Novo Brasil é realizada pela Campanha Jubileu Brasil e da 4ª Semana Social Brasileira. Durante o evento, foram discutidos dez temas que são: Educação e Cultura; Saúde; Trabalho; Cidades; Soberania e Relações Internacionais; Comunicação; Valores, Gênero e Etnia; Economia; Campo; Sistema Político.