Comissão que acompanha crise na saúde no Rio diz que unidades continuam com problemas

28/10/2005 - 13h06

Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Rio – Passados dois meses do fim da intervenção federal nos hospitais da rede municipal do Rio de Janeiro, a Comissão de Acompanhamento da Crise na Saúde do Rio de Janeiro continua recebendo denúncias de mau funcionamento das unidades.

Hoje, após visitar o Hospital Municipal Miguel Couto, na zona sul da cidade, os integrantes da Comissão constataram que faltam medicamentos, os equipamentos estão quebrados e não há médicos, enfermeiros, auxiliares e pessoal administrativo para atender a demanda, que é cada vez maior.

A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB), que integra a comissão, enfatizou que a falta de recursos humanos é o maior problema do hospital Miguel Couto. Segundo ela, há um déficit de 26 clínicos, 12 anestesistas e sete assistentes sociais, além de auxiliares, o que impede a realização de cirurgias eletivas.

"A situação crítica nos hospitais da rede municipal é conseqüência da má gestão da prefeitura, já que o Ministério da Saúde tem honrado o compromisso de repassar a verba acertada com a prefeitura da cidade", explicou.

A deputada disse, ainda, que a má gestão dos recursos da saúde tem provocado o aumento no número de casos de doenças como a tuberculose e a sífilis congênita em bebês de zero a seis meses. Doenças que, segundo ela, têm que ser acompanhadas nos postos de saúde, ou seja, dependem de políticas de atenção básica e que são de responsabilidade das prefeituras.

No Souza Aguiar, a emergência, que é a maior da América Latina, quase fechou devido à falta de remédios. O socorro veio do Ministério da Saúde, que enviou 102 itens em quantidade suficiente para aos próximos 15 dias.