Agências de publicidade não repassaram recursos que deviam às estatais, diz relator

28/10/2005 - 10h23

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Auditoria feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em conjunto com a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios apurou que as agências de publicidade incorporaram bonificações em contratos com estatais. "Há um contrato que determina que esses valores cheguem à estatal e não tem nenhum sistema de vigilância", afirmou o relator da CPMI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR). Ele explicou que, contratualmente, os bônus devem ser transferidos para a empresa contratante.

"Foram apropriados pelas agências de publicidade em torno de 10% a 20%. Imagine que, em cinco anos, uma das estatais como o Banco do Brasil teria chegado a R$ 90 milhões", afirmou o relator.

Para Osmar Serraglio, a prática mostra que há outras agências envolvidas com a corrupção. "Os recursos da publicidade alimentavam uma fonte expressiva de corrupção".

O deputado disse ainda que a incorporação dos bônus pode ser constatada, especialmente na DNA e na SMP&B, empresas de Marcos Valério de Souza.