Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A convergência da inflação para a trajetória de metas do governo, que prevê um Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 5,1% neste ano, abre espaço para a prática de juros reais menores, indica a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, liberada hoje (27). Paralelo a isso, o texto afirma que a consolidação de um cenário de estabilidade econômica duradoura também contribui para redução progressiva da "percepção de riscos" no mercado.
Foi a partir desse entendimento que o Copom resolveu reduzir a taxa básica de juros (Selic) de 19,5% para 19% ao ano, na reunião mensal realizada na semana passada. De acordo com o documento, o Comitê avalia que "a atuação cautelosa" da política monetária tem sido fundamental para a redução dos preços.
O colegiado de diretores do BC ressalta, no entanto, que é necessário acompanhar atentamente a evolução inflacionária até a reunião de 22 de novembro, para só então definir os próximos passos. Embora considere o "cenário benigno" que tem se configurado na economia, a ata menciona a existência de "incertezas" e "riscos" inerentes à atividade econômica.
Caso, por exemplo, do recente aumento dos preços de combustíveis, em razão da elevação de preços do petróleo no mercado internacional. O aumento contribuiu para inflação de 0,35% no mês de setembro, quase o dobro do IPCA de 0,19% registrado no mês anterior, e terá forte reflexo também na inflação deste mês, que deve ficar em torno de 0,50% de acordo com projeções do boletim Focus divulgado na última segunda-feira pelo BC.
A ata diz, ainda, que o Copom continuará conduzindo as ações de política monetária de modo a assegurar que os ganhos obtidos até aqui no combate á inflação sejam permanentes. O Copom reafirma que as elevações da Selic, a partir de setembro do ano passado, foram determinantes para consolidação de um "ambiente macroeconômico cada vez mais favorável em horizontes mais longos".