Rodrigues diz que espera reconhecimento do Pará como livre de aftosa

26/10/2005 - 19h22

Brasília, 26/10/2005 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, disse hoje (26) que espera ver o estado do Pará considerado livre da ocorrência de febre aftosa com vacinação, pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). A expectativa do ministro é de que a entidade, responsável por declarar as zonas livres de aftosa no mundo, reconheça a sanidade do gado paraense em maio de 2006, na reunião do Comitê Central.

O Pará é hoje tem o quinto maior rebanho do país, com 15 milhões de cabeças. Encabeçam a lista Mato Grosso do Sul (25 milhões), Mato Grosso (24,8 milhões), Goiás (20 milhões) e Minas Gerais (19 milhões). Rodrigues disse que o governo estadual está investindo em recursos humanos e materiais para que o Pará seja um corredor de exportação de carnes.

Ao prestar esclarecimentos na Comissão de Agricultura do Senado, o ministro lembrou ainda que o Pará está mais perto do continente europeu, o que diminuiria os custos da exportação. E que a médio prazo, o estado poderá ter o maior rebanho do país. Para isso, precisa ser reconhecido livre de aftosa internamente e, depois, internacionalmente. Em junho de 2004, um foco de aftosa no município paraense de Monte Alegre levou a Rússia a suspender a compra de todo tipo de carne do Brasil, embora o Pará não fosse um estado exportador.

Logo após o surgimento do foco de aftosa em Mato Grosso do Sul, no início deste mês, a OIE suspendeu a resolução que considerava o estado livre de aftosa. A medida afetou também Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Tocantins e Sergipe. Destes, só Minas e Tocantins exportam carne bovina. Antes do foco deste ano, a lista do estados reconhecidos livres da ocorrência de aftosa continha estes sete estados, além do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso, Acre, Rondônia, Distrito Federal e Goiás.

Mesmo livre da doença, segundo Rodrigues, um país pode estar sujeito ao aparecimento de focos. "Este tema é tratado por médicos veterinários no mundo inteiro. Eles são unânimes em dizer que não dá para afirmar que um país livre de aftosa nunca mais vá ter um foco. Se isso ocorrer, certamente é um acidente de percurso, a ser tratado com rigor", observou.

O ministro apresentou uma lista de países que registraram focos, mesmo considerados livres de aftosa. Grécia e Japão tiveram focos em 2000; França, Irlanda e a Inglaterra registraram a doença em 2001; Coréia e Paraguai confirmaram a contaminação de parte de seus rebanhos em 2002; e na Argentina, o último foco de aftosa foi detectado em 2003. "Na Inglaterra, foram registrados 30 focos e quatro milhões de animais foram sacrificados", relatou.