Rio, 25/10/2005 (Agência Brasil - ABr) - Pesquisa encomendada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), sobre os serviços prestados pelos planos privados de saúde no Brasil, mostra que as operadoras não acompanham a evolução das doenças de seus usuários.
Segundo a gerente técnico-assistencial da ANS, Alzira de Oliveira Jorge, que participou hoje (25) do seminário Microrregulação e Modelos Assistenciais na Saúde Suplementar, promovido pela agência, internações e procedimentos de alto custo poderiam ser reduzidas se houvesse esse acompanhamento. "Principalmente dos pacientes que já apresentam problemas como câncer, diabetes, hipertensão e obesidade", explicou.
Ela afirmou que "consultas que ofereçam orientação sobre o autocuidado, no caso de pacientes com hipertensão e diabetes, ao invés do monitoramento espaçado, só quando o paciente vai aos consultórios, são algumas medidas eficazes para evitar intercorrências com casos mais complexos". E alertou: "Com isso, a doença é controlada ainda em estágio inicial".
A pesquisa, de acordo com Alzira Jorge, identificou elevados índices de procedimentos de alto custo e complexidade, além de muitas internações em diversas operadoras. "Ainda é pequena a articulação do trabalho dentro da área de saúde", observou. Ela disse acreditar que isso acontece principalmente porque os médicos credenciados têm grande autonomia sobre os serviços prestados e são os principais responsáveis pelos cuidados oferecidos aos pacientes.
"Algumas operadoras já criaram mecanismos para regular as atividades dos médicos, como a exigência de autorização prévia para internação, com o objetivo de reduzir esse tipo de procedimento quando não é necessário, por exemplo", afirmou a gerente.
Para ela, iniciativas como essa podem trazer bons resultados: "Atividades que racionalizem as práticas médicas, aliadas a iniciativas de prevenção de doenças e promoção de saúde, podem melhorar os serviços prestados pelas operadoras, além de reduzir os gastos".