Em São Paulo, programa pretende impor limites à violência no futebol

23/10/2005 - 16h07

Paulo Montoia
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Os ministérios da Justiça e do Esporte participam da formulação de um programa pretende prevenir e coibir a violência no futebol. Ele será executado pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo. Na sexta-feira (21), representantes dos ministérios estiveram na cidade para uma reunião de caráter emergencial, que contou com 34 representantes de diferentes áreas das administrações municipal e estadual.

A reunião foi convocada em razão das três mortes ocorridas na capital e na cidade de Campinas, envolvendo torcidas de times que disputaram partidas anuladas após a descoberta de que juízes haviam vendido o resultado dos jogos.

De acordo com o secretário de Segurança Pública do Estado, Saulo de Castro Abreu, a reunião foi o passo inicial de discussões e não houve deliberações. A principal medida adotada foi o reforço do policiamento militar nas estações do metrô, para evitar os confrontos entre as torcidas e no entorno dos estádios.

Na pauta de discussão, segundo o secretário, estão a venda de ingressos pela internet (para registrar os números de documentos de identificação de cada comprador), a fiscalização mais rigorosa da proibição de venda de bebidas alcoólicas pelos ambulantes, a proibição de entrada nos estádios transcorrido determinado tempo do início da partida (para evitar a entrada de torcedores alcoolizados), entre outras.

Marco Aurelio Klein, do Ministério do Esporte e membro da Comissão Paz no Esporte, confirmou que esse novo programa poderá ser o piloto de um projeto para todo o futebol nacional. Segundo ele, uma das contribuições que o ministério leva ao programa é a discussão de um enrijecimento da lei quanto às transgressões, que poderá ser enviado para apreciação no Congresso. Ele prevê, por exemplo, um reenquadramento legal da invasão de gramado pelos torcedores, ato que poderia receber penas mais graves do que o previsto atualmente.