Lílian de Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Programas sociais precisam do envolvimento das mulheres para funcionar. Essa afirmação é de Rogelio Gòmez-Hermosillo, coordenador do programa mexicano de transferência de renda Oportunidades. "A chave em tudo é a força das mulheres. Quando elas se integram ao programa, tudo começa a acontecer", avalia. Hermosillo participou do seminário internacional Bolsa Família: Dois Anos Superando a Fome e a Pobreza no Brasil.
Rogelio Gòmez-Hermosillo explicou que o Oportunidades difere de outros programas de redução da pobreza. O principal ponto, segundo ele, é que a ajuda dada em dinheiro é entregue à mulher do domicílio. "As mulheres têm co-responsabilidades. Elas precisam manter os filhos na escola, dar vacinas e participar da formação intelectual deles."
De acordo com o coordenador, 25 milhões de mexicanos são beneficiados pelo Oportunidades. "Esse programa possibilita, desde 1997, que famílias de baixa renda tenham uma mínima qualidade de vida. As respostas foram tão rápidas que o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) já nos concedeu um empréstimo de US$1 bilhão para que ele seja ampliado", contou.
A Secretária Nacional de Renda e Cidadania do Ministério do Desenvolvimento Social, Rosani Cunha, acrescentou que poucos países têm a experiência do Brasil em programas sociais, como o Bolsa Família. "Mas o México tem muito a nos ensinar", comentou.
Rosani Cunha também participou do seminário. De acordo com ela, o Bolsa Família atende atualmente 8 milhões de famílias. Mas ressalta que a meta é chegar a 8,7 milhões de famílias até o fim deste ano.