Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Governo e iniciativa privada decidiram fazer missões conjuntas para visitar alguns dos principais países que anunciaram a suspensão da compra de carne brasileira devido aos focos de febre aftosa no Mato Grosso do Sul. Segundo o secretário de Defesa Agropecuária, do Ministério da Agricultura, Gabriel Alves Maciel, uma agenda com as primeiras visitas será acertada na próxima semana em nova reunião entre representantes dos empresários e do governo.
Eles se reuniram hoje (20), em Brasília, pela primeira vez, para discutir estratégias de como reverter os bloqueios impostos. Até agora, 41 países suspenderam a entrada de carne do Brasil. Maciel ressaltou que a definição sobre os países a serem visitados levará em conta a importância do volume importado e o grau de rigidez do embargo. Isso porque alguns países boicotaram também outros tipos de carne, inclusive suínos. Alguns embargos atingiram todo o território brasileiro. "Nós discutimos estratégias e fizemos uma avaliação muita ampla daquele mercado que perdemos e como reconquistá-lo", disse.
O diretor-executivo da Associação Brasileira de Exportadores de Carne (Abiec), Antônio Camardelli, disse que a parceria com o governo é ideal nestes casos porque os questionamentos são respondidos simultaneamente, favorecendo a negociação. "Faz diferença porque, tendo na mesa todos os órgãos intervenientes, tendo o privado e o governo, que tem poder de decisão, não há furo. Se houver um questionamento sanitário, por exemplo, o governo responde e dá a garantia de imediato", avaliou.
O Mato Grosso do Sul tem cinco focos confirmados de febre aftosa. Nas fazendas atingidas, serão sacrificados ao todo mais de 5 mil animais.
Até o momento, já foram abatidos pouco mais de mil bovinos.